BEATA E ANJO DO BRASIL

Beata e anjo do Brasil

Irmã Dulce será beatificada na Arquidiocese de Salvador, na Bahia, onde desenvolveu inúmeros trabalhos de caridade

Pioneira. Corajosa. Brasileira. Irmã Dulce será mais do que a quinta brasileira a ter sua vida de santidade reconhecida e tornar-se beata, ela será lembrada pela história por seu amor e incansável dedicação aos pobres. Prova disso são os 70 mil fiéis e admiradores da religiosa de todas as partes do Brasil que devem comparecer à cerimônia de beatificação, realizada neste domingo, dia 22, no Parque de Exposições em Salvador, às 17h. A TV Nazaré transmitirá a celebração ao vivo.

Para o Cardeal Dom Geraldo Majella, que será o representante do Papa Bento XVI e do prefeito da Congregação para a Causa dos Santos na cerimônia, a religiosa foi predestinada por Deus para uma "missão extraordinária". "Irmã Dulce via Deus no pobre", acredita.

O prelado foi também o responsável em levar adiante o processo de causa de beatificação após o trabalho inicial de seu predecessor, Cardeal Dom Lucas Moreira Neves, cinco anos após a morte da freira, falecida em 1992.

O "Anjo Bom do Brasil", como também é chamada Irmã Dulce, ficou conhecida país afora por sua incansável dedicação aos mais pobres e desfavorecidos.

Nascida na Bahia, ela praticou a caridade desde criança, tornou-se religiosa e foi pioneira em grandes projetos de assistência social, que até hoje existem em Salvador. A responsável pela administração da "Obras Sociais Irmã Dulce" (Osid) é sua sobrinha, Maria Rita Pontes.

"Ela tinha uma força sobre-humana, tinha muita convicção no que fazia. Seu trabalho serve como reflexão para a nossa vida, é um grande exemplo. Irmã Dulce viveu para amar e servir, por isso as suas obras sociais não param de crescer!", explica Maria Rita.

Ainda segundo a sobrinha, as Osid, fundadas em 1959, prestam assistência médica, social e educacional gratuitamente.

O projeto também promove pesquisas e oferece ensino médico em 13 especialidades. Ao todo, são 17 unidades administradas pela instituição. De 180 mil atendimentos em 1992, ano em que Irmã Dulce morreu, as Osid passaram para mais de cinco milhões em 2009.

Maria Rita de Souza, a Irmã Dulce, começou a praticar caridade aos 13 anos, ajudando mendigos que moravam nas ruas da capital baiana. Aos 18, entrou para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição. Após a beatificação, será chamada de "Bem-aventurada Dulce dos Pobres".

Em 1988, chegou a ser indicada ao prêmio Nobel da Paz, recebendo o apoio da rainha Silvia, da Suécia. Não conquistou o prêmio, mas teve seu trabalho ainda mais reconhecido.

PROGRAMAÇÃO

No sábado, 21, haverá uma missa no Santuário de Irmã Dulce, seguida de vigília. Já no dia 22, a programação começa com a exibição de um espetáculo que contará a trajetória de vida da futura beata brasileira.

Somente às 17h, terá início uma Santa Missa, seguida do roteiro litúrgico do Rito de Beatificação do Vaticano. A cerimônia será presidida pelo cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo, o delegado papal na solenidade.

A cerimônia contará com a participação de Cláudia Cristiane Santos de Araújo, que recebeu o milagre responsável em tornar beata Irmã Dulce. Após 18h de trabalho de parto e três cirurgias, ela encontrava-se sob o quadro de uma grave hemorragia. Sem qualquer esperança de salvação, ela repentinamente teve o sangramento cessado após uma oração a Irmã Dulce.

A cerimônia contará com a presença do Núncio Apostólico do Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri.

Fonte: Fundação Nazaré